E por esta razão, tem tem registado nos últimos anos um razoável desenvolvimento turístico. Em termos linguísticos e culturais, assemelha-se bastante com a costa da Tanzânia e do Quénia, fazendo parte do mesmo complexo linguístico e cultural swahili, devido ao intenso comércio existente durante séculos entre a costa oriental africana, o sul da península arábica e Índia, que também constituiu um veículo para a expansão do islamismo na ilha. [1]
A Vila do Ibo foi fundada em 1761, onde a criação da sua povoação data de 9 de Maio desse mesmo ano [2]. A partir de 1764 e durante mais de 160 anos, a vila foi a capital dos governos subalternos e de distrito. E só em 1929 é que a actual Cidade de Pemba passa a ser a capital da Provincia de Cabo Delgado, em substituição da Vila do Ibo. [3]
A maior parte da população, hoje em dia, é mwani (cerca de 87%) e fala kimwani, considerada uma variante local do kiswahili [4].
Dados cronológicos
[5] 1754 Nova fortificação construída e baptizada como Forte de São João Baptista
1760–1764 Construído o Forte de São José, que perdeu a sua função militar quando foi construída a praça de São João Baptista
1761 Nascimento da vila do Ibo. Por Portaria Régia de 9 de Maio deste mesmo ano, foi ordenado e deu-se a faculdade de se erigirem em vilas várias capitanias-móres, dentre a das ilhas Querimba
1762 Anónimo escreve a 21 de Marco, no livro “Memórias sobre a Costa de África Oriental…” que a capital das ilhas Querimba é a ilha do Ibo
1781 O Governador das ilhas, Joaquim José da Costa Portugal, escreveu em carta dirigida a seu pai, que a capital destas ilhas (32 ilhas) era Ibo, situada a 12o de altura
1791 Mandada (re)construir a Fortaleza de São João Baptista pelo capitão-general António de Melo e Castro
1760–1764 Mandada construir pelo capitão-general Diogo de Sousa Coutinho, uma capela na praça de S.João Baptista
1818 Construído o Forte de Santo António
1972 É criada a zona de turismo do Ibo
O legado
A ilha do Ibo faz parte de um rico legado arquitectónico e histórico-cultural e, a sua importância reside não somente nestes níveis, como também nos sociais, urbanísticos, tradicionais e quiçá material, que deixam claro um presente e um futuro cheio de esperança. Esta esperança reside principalmente nas comunidades locais para que possam num futuro próximo beneficiar de actividades de impacto como é o caso do agriturismo, devido a principalmente a sua localização estratégica.
[1] Gandolfo et al. (2009)
[2] Bento (1972)
[3] CEDH (2007)
[4] Marty (2002)
[5] Adaptação de Dias (1981), Bento (1993) e Mahumane (2001)